quinta-feira, 23 de junho de 2011

Hepatite D

O vírus da hepatite D ou delta é um dos menores vírus RNA animais. Tão pequeno que é incapaz de produzir seu próprio envelope protéico e de infectar uma pessoa. Para isso, ele precisa utilizar a proteína do vírus B. Portanto, na grande maioria dos casos a hepatite D ocorre junta a B, ambas com transmissão parenteral (sangue contaminado e sexual). O vírus D normalmente inibe a replicação do B, que fica latente.
Na fase aguda da infecção, ocorre esteatose microvesicular e necrose granulomatosa eosinofílica por ação citotóxica direta do vírus (a variedade amazônica é uma das mais severas). Na fase aguda, a atividade necroinflamatória costuma ser severa. Em pacientes já portadores do vírus B que apresentam infecção aguda pelo D, esta pode ser severa com hepatite fulminante. Ao contrario da hepatite B, não apresenta manifestações extra-hepáticas.
O diagnostico ocorre pela sorologia anti-HDV (IgM para infecções agudas ou crônicas ativas e IgG para as crônicas - o anticorpo IgG não é protetor), pela identificação do antígeno HDV no soro ou na biópsia hepática (pela imunohistoquímica) ou por PCR. O PCR mostra que há replicação (multiplicação) em virtualmente todos os pacientes com vírus D.

Efeitos a longo prazo
  • se a pessoa estiver infectada com vírus da hepatite B e D:
    • maior probabilidade de desenvolver cirrose
    • risco maior de desenvolver a forma aguda da doença, necessitando transplante de fígado
Sintomas
  • náuseas e vômitos
  • dor nas articulações
  • urina escura cor de chá
  • dor abdominal
  • fatiga
  • perda de apetite
  • pele amarelada
Causa
: vírus HDV
Transmissão
  • ocorre quando sangue contaminado entra na corrente sangüínea de pessoas não imunizadas
  • compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas
  • de mãe para filho durante o parto
  • relações sexuais com pessoas contaminadas sem o uso de camisinha
Prevenção
  • vacinação contra hepatite B(o vírus da hepatite D necessita do vírus da hepatite B para sobreviver)
  • educação para reduzir comportamento de risco para pessoas com hepatite B crônica

Tratamento
O tratamento é realizado classicamente com alfa interferon em altas doses (9 MU 3 vezes por semana por 12 meses após a normalização do ALT), mas os resultados são desapontadores. Há resposta sustentada (normalização do ALT e clearance do HDV) em menos que 10%, com taxa de cura em uma porcentagem destes. Além disso, doses tão elevadas de interferon apresentam efeitos colaterais severos, principalmente tireoidite e depressão com tentativas de suicídio. O interferon beta mostrou resultados satisfatórios em estudos com poucos pacientes. A lamivudina, apesar de eficaz contra a hepatite B, não mostrou resultados satisfatórios associada ao interferon. O aparecimento do PEG-interferon deve trazer melhores resultados ao tratamento, mas ainda não há estudos sobre o assunto.
Como o tratamento pode levar a piora em pacientes cirróticos, mesmo com doença compensada, recomenda-se o transplante hepático. Infelizmente, a recidiva da doença no órgão transplantado é alta.

domingo, 12 de junho de 2011

Novo remedio

Um novo remédio contra a hepatite C deve chegar ao Brasil em outubro. O Incivek, nome comercial do componente telaprevir, pode aumentar a chance de cura em até 79%. A agência de alimentos e medicamentos do Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) aprovou a nova fórmula na última segunda-feira (23). O custo da medicação nos EUA varia entre US$ 20 mil e US$ 30 mil. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Portadores de Hepatite (ABPH), Humberto Silva, o composto é visto com otimismo.
“Esse remédio vai complementar a esperança de cura dos portadores de hepatite C que há 20 anos vêm se tratando. No Brasil, são 3 milhões de pessoas infectadas, e apenas 10% sabem que estão doentes. É uma coisa assustadora”, disse Humberto Silva em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Ao chegar ao país, o medicamento precisará ter o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser comercializado. O Ministério da Saúde ainda não sabe qual será o valor do remédio no mercado nacional ou se o composto será distribuído no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além desse medicamento, foi aprovado em maio, o Victrelis, nome comercial do componente boceprevir. É um inibidor de protease – enzima de ligação fundamental para a multiplicação do vírus da hepatite C e age de maneira muito semelhante ao Incivek.
A hepatite C age no organismo por vários anos sem desenvolver qualquer sintoma, até causar a cirrose (falência hepática) e, em outros casos, também o câncer de fígado. E ainda é dividida em quatro tipos de vírus: 1, 2, 3 e 4 – chamados de genótipos. O Incivek vai agir no genótipo 1, que é justamente o mais difícil de tratar, pois é resistente aos remédios que existem.
O presidente da ABPH explica que o tratamento da hepatite traz alguns efeitos indesejáveis. Os cabelos caem, os pacientes sentem dores na cabeça, no corpo. Ele ressalta que o novo medicamento será usado de maneira complementar. “Esse remédio não substitui os já existentes que é o Interferon (injeção semanal) e a Ribavirina (cápsulas diárias). O Incivek vem em cápsulas diárias, que deverão ser acrescentadas aos dois medicamentos, e tomadas por 12 semanas.”
Silva alerta para a importância do teste, que pode ser feito por meio de exames de sangue, ou uma biópsia do fígado. “Pessoas de 30 a 60 anos, pessoas que tiveram transfusão de sangue, que vão muito a dentistas, que possuem tatuagens no corpo, estão no grupo de risco.”


http://www.bahiatodahora.com.br/noticias/brasil/novo-remedio-contra-a-hepatite-c-pode-aumentar-a-chance-de-cura-em-ate-79

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dia nacional das hepatites

19 de maio – Declarado o DIA NACIONAL DAS HEPATITES VIRAIS





O diretor de Hepatites Virais do Departamento de saúde dos Estados Unidos divulgou o Oficio, onde coloca em destaque que o mês de maio foi designado como o mês da consciência nos Estados Unidos e, que, passará a ser um dia de testes em todo o país nos próximos anos. O 19 de maio passa a ser reconhecido como o DIA NACIONAL DAS HEPATITES VIRAIS.

Coloca no seu texto que o esforço do movimento de maio obteve o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde para que decrete um dia Mundial, o qual por problemas de data foi o 28 de julho, com a ressalva expressa que cada país é livre e soberano para realizar as ações em outras datas, da sua conveniencia local.

Também fico pessoalmente satisfeito pelo fato que os Estados Unidos reconstituem a verdade histórica do movimento, desacreditando a informação constante na página Web da WORLD HEPATITIS ALLIANCE onde eles se creditam o mérito de terem criado o 19 de maio em 2009, o que foi, entre muitos outros, um dos motivos da minha renuncia. Como falam os mais velhos, a mentira tem pernas curtas.

Agradecemos o reconhecimento do governo dos Estados Unidos ao movimento das associações de pacientes e da sociedade civil que durante os últimos 10 anos realizam atividades de alerta e divulgação no mês de maio. Agora juntos, a partir de 2012 governos e sociedade civil passaram a realizar ações de visibilidade mundial no mês de maio.

http://www.hepato.com/p_geral/dia-nacional-das-hepatitis-usa-2011-05-23.html

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Hepatite E

A hepatite E é uma doença viral tansmissível ao homem (zoonose) rara no Brasil. Ela se manifesta como uma hepatite muitas vezes assintomática e é normalmente benigna (alguns sinais são: grande fadiga, sinais digestivos, amarelão e às vezes febre). Formas mais graves podem ser observadas em grávidas, imunodeprimidos e pessoas que apresentam alguma doença do fígado.
A tramissão para o homem ocorre principalmente através do consumo de água ou alimentos à base de fígados crus de porcos e javalis contaminados pelo vírus da hepatite E.
Na França, o centro nacional de referência (CNR) das hepatites de transmissão entérica (A e E) diagnosticou 107 casos em 2007 e 148 casos em 2008. Em 2009, o InVS e o CNR implantaram uma vigilância reforçada dos casos de hepatite E.
Fonte: Ministério da Saúde e dos Esportes, Paris, França, maio de 2009

Hepatite C

A hepatite C é uma infecção que atinge os hepatócitos (células do fígado), causando uma inflamação de caráter crônico e lento. O vírus causador, HCV, é transmitido, principalmente, através do contato com sangue contaminado, como em hemodiálise, transfusões de sangue e compartilhamento de agulhas. O tratamento atualmente disponível baseia-se na combinação de duas drogas: o interferon alfa e a ribavirina. A prevenção é feita monitorando-se os bancos de sangue e não fazendo uso compartilhado de seringas ou materiais que tiveram contato com sangue.
Tratamento hepatite C
As principais drogas usadas para a infecção crônica da hepatite C são o interferon alfa e ribavirina em esquema combinado. A eficácia desse esquema é de cerca de 60%, entretanto, nem todos os pacientes respondem de maneira igual à terapia e varia entre 45 e 55 por cento no genótipo 1 e ronda os oitenta por cento nos genótipos 2 e 3. O esquema de terapia atualmente indicado pelos órgãos mundiais de saúde é o seguinte:
 - interferon alfa 3.000.000 unidades por via subcutânea 3 vezes por semana;
 - ribavirina 1.000 mg ao dia por via oral em < 75 kg e 1.200 mg em > 75 kg.
São considerados fatores benignos ao tratamento
 - genótipo do vírus que não seja o 1;
 - baixa viremia (quantidade de vírus no sangue);
 - ausência de fibrose ou cirrose ao início do tratamento.
E fatores de menor resposta ao tratamento
- genótipo 1;
- alta viremia (> 800.000 UI/mL);
- fibrose avançada ou cirrose compensada (a descompensada contra-indica o tratamento);
- obesidade;
- raça negra;
- uso descontinuado ou redução na dose da medicação (sendo o primeiro pior que o segundo);
- idade avançada;
- consumo de bebida alcoólica
- acúmulo de ferro no fígado.
São considerados contra-indicações ao tratamento combinado das duas drogas:
- anemia (hemoglobina < 12 g/dL em mulheres e < 13 g/dL em homens);
- leucopenia (leucócitos < 1.500 / mm3);
- plaquetopenia (plaquetas < 100.000 / mm3);
- hepáticas (transaminases normais; cirrose descompensada);
- cardiovascular (coronariopatia);
- endocrinológica (diabetes descompensado);
- doenças autoimunes;
- neuropsiquiátricas (vertigens; doença psiquiátrica severa);
- obstétrica (gestação ou incapacidade de anticoncepção).
O PEG-interferon alfa é uma alternativa ao interferon alfa, sendo que essa molécula apresenta absorção e eliminação mais lentas. É importante que antes de qualquer conduta, um médico seja consultado.
Um tratamento recente é o telaprevir, um antiviral com ação na protease do vírus da hepatite C. Os resultados com essa medicação são promissores.
A fitoterapia pode auxiliar no tratamento da hepatite C e algumas plantas incluem a silimarina e erva que auxiliam as funções hepáticas e digestivas, como o cardo-mariano, alcachofra, quebra-pedra e boldo chileno. É importante que, antes do uso de qualquer medicamento ou planta medicinal, um médico seja consultado.

Assim como os demais tratamentos homeopáticos, recomenda-se que um médico faça a avaliação das competências do paciente ao indicar um tratamento, que deve ser individualizado. Algumas recomendações sã
- Chelidonium 6 DH, 5 gotas 3 vezes por dia;
- Thuya 30 CH, 5 gotas duas vezes por dia.

Precauçoes:
Para o paciente com hepatite C, recomenda-se:
- Evitar o consumo de álcool e drogas que lesionem o fígado, como paracetamol;
- Acompanhamento constante com o médico, para se acompanhar a evolução da doença;
- Dieta saudável para manter o peso, o ânimo, o sistema imunológico e para ajudar o aparecimento de outras doenças;
- Evitar obesidade e a dislipidemia (aumento de colesterol no sangue).
- A prevenção pode ser feita pelo rastreamento adequado de doadores de sangue nos bancos de sangue.
- Além disso, a melhor forma de prevenção à doença é o combate ao uso compartilhado de seringas em drogas injetáveis.


Principal fonte: http://www.criasaude.com.br